segunda-feira, 24 de maio de 2010

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ducação e Educação a Distância quarta-feira, abr 21 2010

Uncategorized estherlobo2010 1:09 pm

Esther Lobo de Farias*


Este artigo é resultado dos conhecimentos que adquiri no primeiro módulo da pós-graduação latu sensu em Educação a Distância, que estou cursando no SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). O curso teve início no dia 19 de março deste ano com uma aula inaugural no Polo do SENAC em João Pessoa.

Aqui faço um registro de minhas aprendizagens neste primeiro módulo, começando pelo registro do que eu conhecia sobre educação a distância antes de iniciar o curso e comparando com o que aprendi neste primeiro mês de aulas.

1 – O que eu já sabia sobre “Educação” e sobre “Educação a Distância”

Em minha opinião, a Educação a Distância, por ser uma modalidade de ensino, tem os mesmos fundamentos, ou seja, as mesmas bases da Educação de um modo geral.

Acredito que a maior especificidade da educação a distância seja um distanciamento espacial entre o professor e o aluno, ou entre o aluno e a instituição. Todavia, esse distanciamento está longe de comprometer a eficácia e eficiência do ensino a distância.

Através do avanço tecnológico, principalmente através da internet, essa distância espacial está cada vez menor, e muitas vezes, acontece justamente o oposto. O aluno se torna mais próximo do professor na EAD. Parece ser um paradoxo, mas é isso mesmo o que acontece. Diferentemente do ensino presencial em que o contato do aluno com o professor está limitado aos momentos de encontro presenciais. No ensino a distância, o aluno tem contato permanente com o professor; muitas vezes, até mesmo nos finais de semana, o que possibilita uma interação muito mais proveitosa do ponto de vista educacional.

Com relação à contribuição da Educação a Distância para a construção da cidadania, acredito que a EAD pode ser um importante instrumento para a inclusão social.

Um grande exemplo dessa contribuição é a Universidade Aberta do Brasil (UAB), que “é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária”, dando prioridade à formação de professores que já atuam na rede pública de ensino municipal, estadual ou federal.

Esse programa, do qual eu participo como mediadora a distância, tem contribuído muito para a construção da cidadania de muitos brasileiros que por diversos motivos não puderam dar continuidade aos seus estudos no tempo devido.

Por outro lado, uma das grandes dificuldades para a consolidação definitiva da EAD tem sido o preconceito da sociedade com relação aos cursos à distância. Para a maioria das pessoas que eu conheço os cursos a distância são inferiores aos cursos presenciais. Para elas, a qualidade desses cursos a distância é duvidosa, por que elas ainda não conceberam outro modelo de educação, que não seja o modelo tradicional, no qual foram educadas.

Finalmente, um tema que eu gostaria de conhecer melhor na EAD são às políticas públicas para a institucionalização efetiva da Educação a Distância no Brasil. Sabemos que os primeiros passos já foram percorridos pela UAB. No entanto, a maioria das pessoas envolvidas com esse projeto não tem um mínimo de reconhecimento. Não existe, por exemplo, o cargo de tutor presencial, tutor a distância, ou coordenador de pólo, muito menos seguridade do vínculo com a instituição.

Embora a UAB, esteja atualmente, funcionando “a todo o vapor”, e com perspectiva de um crescimento ainda maior nos próximos anos, pouco se fala em concursos públicos para os profissionais na educação a distância. Atualmente os profissionais que atuam na UAB, recebem apenas uma bolsa do governo, que varia de R$ 600,00 (seiscentos reais) a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais), o que não condiz com a dimensão das funções exercidas por esses profissionais que atuam desde a tutoria a gestão dos cursos de graduação e especialização a distância.

Dessa forma, creio que esse se configura num dos grandes desafios para o governo federal, que nos próximos anos deve sofrer muito mais a pressão para a institucionalização efetiva da EAD e para a realização de concurso público para essa categoria de profissionais.

2 – O que aprendi sobre Educação e Educação a Distância?

Registro feito em: 20/04/2010

Hoje estamos encerrando o primeiro módulo do Curso de Especialização em EAD e para mim esses primeiros dias do curso foram muito proveitosos. Gostei muito da qualidade dos textos e dos vídeos com os professores pesquisadores sobre Educação e Educação a Distância. Além disso, os conteúdos abordos neste módulo introdutório foram da mais alta importância, trazendo alguns dos debates mais atuais sobre a educação a distância no Brasil e no mundo.

Um outro ponto forte deste módulo foram os fóruns. Apesar de eu não ter participado como queria, por estar sobrecarregada de atividades este mês, eu pude aprender muito com as participações dos meus colegas de curso. Alguns demonstravam ter bastante conhecimento sobre os assuntos discutidos e isso enriqueceu muito os debates.

Fazendo uma comparação entre os conhecimentos que eu tinha sobre EAD e os conhecimento que agora possuo, percebo que aprendi muita coisa. Entre elas, aprendi que:

1. Educação a distância não é a mesma coisa que Ensino a Distância;

2. O Ensino a Distância, se opõe a Aprendizagem Colaborativa em Ambientes Virtuais;

3. Devemos ter uma postura crítica sobre os benefícios que as tecnologias podem proporcionar ao desenvolvimento da sociedade;

4. As tecnologias devem ser encaradas como instrumentos de mobilização política, econômica e social;

5. A EAD nos países desenvolvidos já está em um estágio muito mais avançado que no Brasil e por isso, precisamos despertar para a expansão nacional da EAD que já vem acontecendo na atualidade e investir principalmente em pesquisas nessa área.

A seguir, apresento uma síntese dos conhecimentos que adquiri ao longo deste primeiro módulo e que espero poder refletir através da minha prática enquanto educadora virtual.

Unidade 1: Fundamentos da Educação e da Educação a Distância

Na unidade 1, Laura Coutinho e Heloisa Padilha tratam dos fundamentos da educação e consequentemente, da educação a distância, abordando a contribuição da: Filosofia, Psicologia, Sociologia, Antropologia e História para a educação.

Segundo as autoras, o estudo dessas ciências no campo educacional se torna necessário, devido à amplitude e a complexidade dos fenômenos abordados pela educação.

Neste sentido, a filosofia contribui com a reflexão e o pensar crítico, a psicologia reflete sobre as questões internas do sujeito, a sociologia analisa os papéis sociais de cada indivíduo envolvido no processo educacional, a antropologia apresenta as diferenças culturais e à diversidade do ser humano e a história procura entender e a lidar com a realidade atual através da compreensão do passado.

Dessa forma, essas ciências se configuram como instrumentos que viabilizam a comunicação e a construção do conhecimento de forma concreta no campo da educação, produzindo o suporte necessário para a compreensão dos fenômenos educacionais, e consequentemente, dos fenômenos educacionais na educação a distância.

Unidade 2: Tendências pedagógicas e a Educação a Distância

Na unidade 2, o Prof. Eduardo Chaves resume as tendências pedagógicas existentes atualmente na educação em duas grandes megatendências, com visões e objetivos e distintos.

A primeira, que entende a educação como um processo que ocorre “de fora para dentro”, ou seja, um processo de transmissão, pelas gerações mais velhas às gerações mais novas. E por isso, privilegia o ensino e a didática (arte de ensinar), assumindo uma visão “bancária” da educação.

E a segunda megatendência, que compreende a educação como um processo que ocorre “de dentro para fora”, um processo de desenvolvimento de competências. Esse modelo valoriza, mais a “aprendizagem”, que o ensino, enfatizando a necessidade de se “aprender a aprender”.

Essas duas megatendências se refletem na EAD em dois modelos de Educação a Distância: (1) o “Ensino a Distância”, correspondente a primeira megatendência e a (2) “Aprendizagem Colaborativa em Ambientes Virtuais”, correspondente a segunda tendência.

Um pensamento viável para a resolução desse impasse é a busca por um equilíbrio entre essas duas tendências. Afinal, tanto o ensino, quanto a aprendizagem podem ser focados, sem que isso traga necessariamente, malefícios ao desenvolvimento integral do ser humano.

Unidade 3: Sociedade, Educação e Tecnologia: o papel da Educação a Distância

Na unidade 3, a principal contribuição apresentada pelo professor Fernando José de Almeida é referente à necessidade de refletirmos sobre a validade e os reais benefícios que as tecnologias podem proporcionar ao desenvolvimento da sociedade.

A educação tem um grande potencial para fazer a mediação entre as novas tecnologias e a sociedade, apresentando uma visão crítica e madura sobre o assunto, a fim de que o individuo que participa desse processo de inclusão digital não venha apenas receber tudo o que lhe é transmitido, mas possa questionar-se sobre os benefícios e malefícios advindos do avanço tecnológico.

Portanto, se queremos utilizar as tecnologias na educação de forma adequada, não podemos perder de vista a sua finalidade de inclusão e de democratização da educação. Como o autor apresenta, precisamos encarar as tecnologias como um grande instrumento de mobilização política, econômica e social.

Unidade 4: Panorama Nacional de Educação a Distância

Na unidade 4, o economista Marcos Formiga, apresenta os caminhos percorridos pela educação a distância no Brasil e no mundo, fornecendo um panorama sobre a realidade atual da EAD.

Por ser um economista, o autor faz relação entre a globalização econômica e a globalização da educação, mostrando que “a revalorização do capital humano exige uma formação cada vez mais cuidadosa e exigente dos profissionais. Hoje, essa formação precisa estar voltada para o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes relacionadas a estratégias de negócios”. Neste sentido, a educação acaba sofrendo influências da globalização que se reflete em novos modelos educacionais como é o caso da Educação Corporativa, da Educação Transnacional, dos Recursos Educacionais Abertos, entre outros.

Com relação a Educação Corporativa, o autor apresenta esta como sendo o terceiro estágio histórico da universidade e de responsabilidade das empresas que têm um suporte de uma Universidade Acadêmica as vezes até do Estado, como é o caso das empresas estatais.

Um outro tema que me interessou muito nesta unidade foi a realidade da Pesquisa em Educação Aberta e a Distância no Brasil. Segundo o autor, o volume de pesquisas nessa área ainda é muito insignificante e essa situação precisa mudar o quanto antes, principalmente devido ao momento de expansão da EAD no Brasil. Segundo Formiga: “A pesquisa em EAD pode ser divulgada em diversos formatos, e deve apresentar propriedades de um trabalho de comprovado cunho cientifico, tecnológico e inovativo”.

Nesta unidade, o autor também questiona a inserção de modelos de avaliação tradicional na EAD, criticando a cultura quantitativista e massificante do processo de avaliação formal. Para ele: “A EAD nos países desenvolvidos freou a tirania burocrática das instituições, quando a avaliação deixou de ser um processo de checagem para se transformar em um meio de promoção permanente do aprendiz”.

O autor levanta ainda a polêmica questão dos recursos educacionais abertos. E aí ficam as questões para reflexão: Como fica a questão dos direitos autorais nessa história? Como garantir que essa abertura não incentive a prática de crimes como o plágio?

Finalmente, são apresentadas algumas considerações e projeções para o futuro da educação superior, onde o autor mostra a necessidade de nos prepararmos para um novo momento histórico de expansão do conhecimento, que demandará de todos os envolvidos nesse processo, a abertura para o novo, para a multidiversidade, para as mais diversas formas de inclusão e integração, para novos modelos de ensino e aprendizagem que deveram dar mais liberdade ao aprendente, sem com isso comprometer a qualidade da formação adquirida.

Qual o diploma que vale mais?

Este tópico, foi discutido no fórum da unidade 4 e a conclusão que cheguei foi que não existe diferença entre a formação obtida a distância e a formação obtida presencialmente. Acredito que cada pessoa tem um ritmo e uma forma de aprender diferente. Para alguns o ensino a distância é mais adequado, já para outros não. Neste sentido, a questão não está na modalidade presencial ou a distância e sim no desejo do aluno de aprender e no interesse pelo que estuda. Esse interesse o motivará a buscar o conhecimento e desenvolver a disciplina necessária para se dar bem, seja em que modalidade escolher estudar.

Com relação ao preconceito e a desconfiança de grande parte da sociedade em aceitar que a formação a distância possa ter a mesma qualidade que a formação presencial, creio que só o tempo poderá mudar essa visão de algumas pessoas. Com o advento dos filhos da “civilização multimídia”, penso que no futuro teremos um número muito maior de profissionais egressos de cursos a distância, e isso, com certeza contribuirá para a superação desse tipo de preconceito.

* Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba (2007) e Pós-graduanda em Educação a Distância pelo SENAC (2010).

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Fernando José de. Sociedade, Educação e Tecnologia: o papel da EAD. Texto da Unidade 3 / Módulo 1 do Curso de Especialização em Educação a Distância – SENAC.

CHAVES, Eduardo. Tendências Pedagógicas e a Educação a Distância. Texto da Unidade 2 / Módulo 1 do Curso de Especialização em Educação a Distância – SENAC.

COUTINHO, Laura; PADILHA, Heloisa. Fundamentos da Educação e da Educação a Distância. Texto da Unidade 1 / Módulo 1 do Curso de Especialização em Educação a Distância – SENAC.

DVD de entrevistas com professores pesquisadores sobre Educação e Educação a Distância. Material do Módulo 1 do Curso de Especialização em Educação a Distância – SENAC. Produção: Centro de Produção de Rádio e TV – uma parceria Sesc e Senac Nacionais.

FORMIGA, Marcos. Panorama Nacional e Internacional de Educação Aberta e a Distância. Texto da Unidade 4 / Módulo 1 do Curso de Especialização em Educação a Distância – SENAC.

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Currículo Resumido segunda-feira, abr 5 2010

Uncategorized estherlobo2010 10:34 pm
É graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba (2007) e cursa pós-graduação em Educação a Distância pelo SENAC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Formação Profissional, trabalhando principalmente com temas relacionados à: formação docente, mercado de trabalho, identidade do pedagogo e do curso de pedagogia e Educação a Distância. Atualmente, exerce a função de mediadora a distância do Curso de Pedagogia da UFPB Virtual/UAB, marco IV, no componente Estágio Supervisionado do Magistério da Educação Infantil III.
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PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA:
Monografia: 01

Capítulo de livro: 01

Trabalhos técnicos de Pesquisa: 03

Trabalhos completos publicados em anais de congressos: 08

Resumos expandidos publicados em anais de congressos: 01

Resumos publicados em anais de congressos: 01

OUTRAS ATIVIDADES:

Prêmios acadêmicos: 02

Apresentações de Trabalho em eventos acadêmicos: 10

Participação em eventos: 13

Organização de eventos: 01

Idiomas: português e espanhol
Currículo Lattes completo disponível em: http://lattes.cnpq.br/0860518567936433

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